De lá pra cá muita coisa
aconteceu no esporte brasileiro e mundial. A globalização foi permitindo que o
futebol se tornasse um verdadeiro negócio. O mundo inteiro passou a nos ver
como primeira referência. Começamos a virar um celeiro exportador já nos anos 1980
com aquele time mágico de 82. Em 1984, os Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos
Estados Unidos, foi praticamente integralmente financiado com recursos
privados e direitos de transmissão, um marco no marketing esportivo
internacional. Graças ao próprio povo que não permitiu a zona com dinheiro
público.
Três anos depois, a Copa União de
1987, também dá o verdadeiro pontapé inicial na publicidade esportiva com a
entrada da TV no futebol brasileiro com transmissão ao vivo
de vários jogos e os primeiros espaços comercializados nos uniformes. A mídia era o grande medo
dos clubes. Agora, 26 anos depois, as entidades esportivas, federações e
confederações estão escravas dela que virou quase dona majoritária do
espetáculo. Precisamos rever os sistemas de disputa, horário dos jogos, preço
dos ingressos, ou nosso produto se enfraquecerá bem aos poucos. Para melhorar mais ainda
deveríamos proporcionar mais entretenimento ao público. 90 minutos está virando
pouco tempo para pouca atração.
Ao mesmo tempo estamos evoluindo em outros sentidos. A
Copa está trazendo melhor infra-estrutura, 12 novos Estádios de primeira linha,
glamour e consequentemente jogadores renomados como Seedorf, Ronaldinho Gaúcho,
Alexandre Pato e Fórlan, por exemplo. Estes atletas sim, se bem trabalhados, já com história vitoriosa, trazem mídia,
receitas de marketing, público ao jogos e possivelmente títulos – o verdadeiro
e principal objetivo de qualquer entidade esportiva.
Valorizo muito o esporte,
trabalho no meio, mas tenho questionado algumas situações. Se atualmente temos mais possibilidade de informação, tecnologia, estudos, dados estatísticos, vídeos, comparações,
gráficos, precisamos criar uma formula precisa para a avaliar e precificar
atletas – vejo uma super valorização dada a alguns jogadores.
Exemplos: Rafinha, nova revelação do Flamengo: avaliado em R$ 105 milhões. Não completou nem sua primeira competição como profissional. E
Dedé, do Vasco, apelidado de “Mito” pela mídia e pela torcida: R$ 100 milhões. Esta
alcunha deveria ser lida antes no dicionário por quem lhe apelidou. Em termos
de futebol, só consigo pensar em Pelé, Maradona, Garrincha, Puskas e Zico neste
nível de “endeusamento”.
Precisamos rever este conceito de
que a venda de dois ou três jogadores caros por ano paga as dívidas
momentâneas. Estou cada vez mais certo de que o modelo de gestão vem sendo os
pontos mais fracos de vários times brasileiros.
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